Só para Moçambique, foram enviados, da metrópole, 18’613 soldados e 825 oficiais para se juntarem aos 10’278 soldados, 303 oficiais e 628 graduados das companhias locais (para além de outros batalhões locais e Marinha de Guerra - no total foram mobilizados 39’201 homens). E, só para Moçambique, ainda foram utilizados 90’000 carregadores (dos quais, 30’000 utilizados pelas tropas britânicas). Juntamente com as tropas britânicas, os Portugueses lutaram contra tropas alemãs (que eram de menor número mas melhor treinadas e extremamente tenazes). Todavia, o maior inimigo foi a doença. Em 3 anos de campanha, morreram 151 homens em combate ou desastre mas, 2127 sucumbiram a doenças. Para além destas mortes, 1283 ficaram incapacitados e, ainda, morreram 2487 carregadores. Aquando do Armistício, as nossas tropas encontravam-se completamente desgastadas. Mais uma vez, tinham sido enviadas sem treino e de qualquer maneira...
Já em Angola, morreram 172 homens em combate ou desastre, enquanto que 638 sucumbiram à doença. Para além destas baixas, 311 homens foram feridos e 372 ficaram incapacitados.
Estas campanhas das tropas portuguesas suscitaram pouco interesse (sobretudo a de Angola, apesar da frente da África Ocidental ficar a 700 quilómetros da base de desembarque e ter mais de 60'000 quilómetros quadrados de território). E assim, apesar do serviço e das baixas, foi com frieza que estas tropas foram recebidas em Lisboa aquando do seu regresso, quer pelo governo quer pelo público.
Enfim, Portugal já era o que hoje é – um País que utiliza a população, incluindo o que há de mais sagrado - os seus antigos combatentes, como uma chiclete. Por isso, não se espantem os Antigos Combatentes Portugueses por serem mal tratados... Há muito tempo que o mau trato de quem serve sem proveito próprio, é normal em Portugal...
Um leitor enviou-me alguma informação organizada sobre as frentes africanas da Primeira Grande Guerra nestes dois links: Moçambique e Angola.
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